Carlo Berti

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História Carlo Berti

A história do empresário se mistura com a da associação

Nasci no Cairo, Egito, em 21 de julho 1939, porém minha nacionalidade é italiana. Durante o período que vivi minha juventude, o Cairo era considerado um grande centro econômico e cultural, em função disto haviam muitas colônias de origem europeia, tais como a italiana, a francesa e a inglesa. Essa interação entre as diversas comunidades influenciou muito minha formação, com muitos costumes e culturas presentes. Cursei eletrotécnica no Instituto Salesiano Dom Bosco do Cairo, em 1957. Naquela época, minha família já tinha decidido se mudar para o Brasil. Durante os preparativos para a grandiosa mudança trabalhei por um curto período como eletro-técnico na empresa de elevadores Ascenseurs Schlieren. A mudança era bastante esperada por todos. A ideia inicial era irmos para a Itália, mas meu irmão Ernesto vinha para o Brasil em função da família de sua esposa, então minha mãe convenceu meu pai em também vir para o país e não separar a família. Chegamos no porto de Santos em 29 de novembro de 1957.

  Início no ramo galvânico

  Em 9 de dezembro de 1957, comecei a trabalhar como técnico de laboratório de ensaios e teste na empresa Prodelec, fabricante de equipamentos para solda e retificadores industriais. A fabricação desses equipamentos se iniciava no Brasil em substituição dos dínamos. Tive a oportunidade de participar do start-up de retificadores em vários clientes, como por exemplo, K.Sato, Metinbra, Republic, Prodec, Cascadura e Metalúrgica Aliança. Na Cozimpe, chegamos a construir um retificador monofásico de 500 ampères. Sempre em busca de novos desafios, apoiado pela minha esposa Silvia e coincidindo com o nascimento de minha primeira filha, Carla, iniciei, em fevereiro de 1965, as atividades da Tecnovolt, na cidade de São Paulo, voltada à fabricação de estabilizadores de voltagem. Por ser um produto de consumo, acreditava que seria um ótimo mercado, mas a grande concorrência tornou seu desenvolvimento inviável. Assim, voltei minha atenção à fabricação de retificadores, inicialmente “a selênio”. Em 1967, coincidindo com o nascimento de minha segunda filha, Adriana, fomos contemplados com uma ordem de compra da General Motors do Brasil para o fornecimento de 22 retificadores, o que nos permitiu, em 1968, a mudança para novas instalações, no bairro do Sacomã, bem mais amplas, coincidindo também com o nascimento de meu terceiro filho, Fulvio.

  Estamos até hoje no mesmo local. Com as implantações de linhas galvânicas automáticas, inovações de processos eletroquímicos e nossa busca pelas melhores tecnologias do mercado, em meados da década de 1970, a Tecnovolt lançou, pioneiramente, os retificadores automáticos com estabilização eletrônica da tensão ou corrente contínua. Foi também naquele período que passei a contar com a colaboração de meu irmão Ernesto, que se aposentou em 2017, aos 84 anos. Por conta de nossa tecnologia de ponta e ótimo serviço prestado, aliado à pujante industrialização brasileira e, principalmente a paulista, fomos líder de mercado e referência em retificadores de corrente com ótima qualidade.

Tenho orgulho de dizer que até hoje, após tantos anos anos, ainda somos referência e uma das principais empresas do setor. Para ser manter nessa posição e se tornar um exemplo no mercado, é preciso sempre inovar e buscar melhorias para o negócio.

 Assim, visando a atualização tecnológica, firmei, em 1989, a compra de tecnologia da empresa ELCA, de Brescia. Ainda neste ano, meu filho Fulvio começou a trabalhar comigo, parceria esta que permanece até hoje. Em 2006, convidei o Sr. Mats Lindberg, diretor comercial da empresa sueca Kraft, fabricante de retificadores de alta-frequência, para participar do Ebrats, nascendo uma nova parceria. Em 2010, a Kraft foi comprada pelo grupo indiano Powercon e passou a se chamar Kraftpowercon. Desde 2010 venho curtindo minha aposentaria, com foco em minha família. Minha esposa Silvia, meus filhos Carla, Adriana e Fulvio e meus sete netos, Luis Felipe (36 anos), Fernanda (31), Gabriella (21), Fulvinho (11) e as tri-gêmeas Maria Clara, Maria Giulia e Maria Isabella (9). Os últimos 4 netos são frutos do casamento de meu filho Fulvio com a Silvia, filha de meu amigo Sergio Pereira. Eles se conheceram quando adolescentes, mas o cupido trabalhou mesmo foi no EBRATS de 2000. Vejam, até papel de cúpido a ABTS realizou!

  ABTS em minha vida:

  Em uma reunião no Clube Pinheiros, em São Paulo, estava sendo eleita a diretoria para o biênio 1974/1975 da ABTG, quando o então presidente, Roberto Della Manna, me intimou a ser o diretor-secretário daquela gestão. Portanto, de 1974 até 2009, me dediquei intensamente para nossa Associação. Ocupei as mais diversas funções, desde diretor-secretário (1974 a 1978); diretor vice-presidente (1979, 1998, 1999 e 2000); diretor-tesoureiro (1990 a 1992), diretorpresidente (1993 a 1994) e diretor-social (2004 a 2009). Por inúmeras eleições fui o mais votado pelos nossos associados, um orgulho para mim, pois era o reconhecimento do meu trabalho e de minha postura. Importante mencionar que, por inúmeras vezes, abdiquei a função de presidente para outro colega, pensando no melhor para nossa ABTS. Como diretor social organizei muitos eventos, desde uma simples reunião até jantares dançantes, todos com muito esmero e capricho para que pudéssemos atingir a perfeição. Por isso, nas reuniões de diretoria, por alguns colegas eu era tachado de o “chato perfeccionista”, por ser extremamente detalhista. Mas, ao final de cada evento, era muito gratificante ver a alegria e o sorriso dos associados, dos patrocinadores e dos convidados. Então, nas reuniões após os eventos, eu “comentava” que eu não era chato e sim um “pouquinho” perfeccionista! A primeira feijoada (idealizada por mim), aconteceu no dia 26 de agosto de 1978, na comemoração do 10º aniversário da ABTG, no Restaurante Interlagos, com 160 participantes. Todos os presentes receberam uma cumbuca com o nosso logo. Foi um evento marcante, que ficou em nossas memórias, e isto é provado, pois no primeiro ano da gestão 2004/2009, resgatamos a feijoada e a cumbuca, que é realizada até hoje. Além da feijoada, os “jantares” organizados pela Associação sempre foram bastante marcantes. Lembro-me de vários deles, alguns com ainda mais carinho. Como por exemplo, o jantar de confraternização de 1999, da “virada do século”, no restaurante BICE. Foi quando lancei o termo “Abetesianos”, que teve origem do termo “salesianos”.